Antes de focar na realidade brasileira eu queria que vocês dessem uma olhada nesse panorama demográfico do globo terrestre:

![evolução do crescimento da população mundial.jpg](https://cdn.steemitimages.com/DQmZqjk721sjPvbQ5mK3dT1chm6HKu8sDWZtNwoKDUBSFTB/evolu%C3%A7%C3%A3o%20do%20crescimento%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o%20mundial.jpg)

De 1 para 2 bi, levaram 125 anos.
De 2 para 3 bi, foram apenas 34 anos
De 3 para 7 bi (mais que o dobro!), foram míseros 50 anos. 

No Brasil não foi diferente, e as projeções indicam que ainda vem gente pra caralho aí pela frente.  

![20170623-170623a.jpg](https://cdn.steemitimages.com/DQmcVGMz8Tr1NYK6XTMJgzhfnLAssSUB17xhEsyrRRoQfuV/20170623-170623a.jpg)

Ahnnn, mas e aí? Aí que eu não sei se vocês sabiam - mas eu não sabia, descobri e resolvi compartilhar - que temos na nossa Constituição Federal o seguinte trecho:

“Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
do casal, competindo ao Estado propiciar recursos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de
instituições oficiais ou privadas"
(Título VII da Ordem Social, Capítulo VII, art. 226, § 7)

Isso garante que em solo brasileiro qualquer pessoa tem o direito de ter quantos filhos quiser. O direito reprodutivo também é defendido pela ONU, que juntou um monte de países para assinar um documento no qual se comprometiam a garantir esse direito em suas legislações e assim mantermos o povoamento exponencial do planeta. 

Existe também um panorama nacional, que é a queda contínua da taxa de fecundidade entre as brasileiras. Isso quer dizer que as mulheres estão tendo cada vez mais, um número menor de filhos. Por isso existe aquela curva para baixo, que aparece no gráfico de projeção populacional do Brasil. Olhando por essa perspectiva, acho que nossos descendentes não irão enfrentar tão cedo uma superpopulação por essa bandas daqui, mesmo que o panorama global aponte outro cenário. 

Mas eu falei tudo isso para falar outra coisa - que tem a ver mas não é mesma coisa -  mas que me deixa com a pulga atrás da orelha e que tem a ver com o momento presente mesmo.  

A taxa de fecundidade no Brasil está caindo. Porém, as taxas mais altas são justamente das pessoas com menos condições socioeconômicas. 
![Fecundidade.JPG](https://cdn.steemitimages.com/DQmcgJAgo3ZXGkbYTZE481aXcUeFSAWfawvsye3UoGqfLHL/Fecundidade.JPG) 

Esses dados são de 2010, mas se você buscar outras épocas vai perceber que o padrão é o mesmo. Temos sempre um contingente alto de crianças em situações não muito boas de vida. Agora olha de novo essa parte da Constituição: 

"o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos para o exercício
desse direito"

É como se o Estado estivesse dizendo: Se vocês quiserem ter um filho para cada letra do alfabeto vocês podem ter, que nós pagaremos a conta". Assim, desde o pré-natal, o parto, a creche, a escola, a faculdade, serviços de saúde, lazer, cultura, segurança alimentar, assistência social entre várias outras necessidades que existem  para se criar dignamente um ser humano... tudo é prometido pelo Estado, para que assim as famílias brasileiras possam exercer o seu direito de reprodução. Que bonito né.

Mas não é bonito não. QUE FIQUE CLARO QUE NÃO SOU CONTRA O DIREITO REPRODUTIVO. Eu sou contra essa mentira toda de que o Estado vai bancar essas crianças com o mínimo de dignidade. Ele banca mal e porcamente. Mete a mão no bolso da família, rapa metade da renda dela através dos impostos e oferece serviços lixosos para que possam criar seus filhos. 

O resultado é triste de se ver. E difícil de reverter, pois são vááárias pequenas vidas que estão aí, sem ninguém que possa bancar o seu presente, para que possam sonhar com um futuro. 

Eu acho que temos todos o direito à reprodução, sem controle e coerção (pelo menos até quando o planeta suportar).  Mas assim como as mulheres de condições socioeconômicas mais favorecidas se planejam e se previnem de passar pelo estresse de gerar e cuidar de um filho em condições precárias ou de dependência financeira, também as menos favorecidas deveriam ser alertadas e  conscientizadas da dura realidade: o Estado não vai ajudar porque simplesmente a conta não bate. É justamente a camada social mais numerosa, a que também é a mais dependente de TUDO.   

Essas famílias deveriam ser informadas da verdade. Mas são ludibriadas com programas sociais demagogos, com serviços ineficientes e caros, os quais o Estado insiste em dizer que se chamam "direitos". Assim, as contas que não batem são mascaradas, embora suas consequências na sociedade sejam visíveis a quem queira ver. 

![3a89e8d32d21ca9377771478aee52fec.jpg](https://cdn.steemitimages.com/DQmSaYJyLzYN56xmQ3GPftPp2UD2529K6eWYjuPhgrXSL7E/3a89e8d32d21ca9377771478aee52fec.jpg)